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    Em dez anos, fintechs ativam concorrência e derrubam tarifas bancárias, diz estudo

    Clientes economizaram R$ 7,9 bilhões em tarifas bancárias somente no último trimestre de 2022, segundo o estudo obtido com exclusividade pela CNN

    Daniel Rittnerda CNN , Brasília

    A entrada das fintechs no sistema bancário brasileiro, que está prestes a completar dez anos, atenuou a concentração de mercado em diversos produtos financeiros e tem propiciado uma economia bilionária aos clientes em tarifas.

    As conclusões fazem parte de um estudo da Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), obtido com exclusividade pela CNN e que faz um balanço dos dez anos de aprovação da Lei 12.865.

    A legislação regulamentou atividades dos arranjos de pagamento e abriu caminho para o desenvolvimento das fintechs no país. Em dez segmentos do mercado, a participação dos novos entrantes alcançou até 16,8%.

    Os clientes economizaram R$ 7,9 bilhões em tarifas bancárias somente no último trimestre de 2022, segundo o estudo recém-concluído, que foi encomendado pela Zetta (associação de empresas de tecnologia que oferecem serviços financeiros digitais).

    “Os números apresentados no estudo demonstram a importância da abertura do mercado, da eliminação de barreiras à entrada e do incentivo à concorrência. Podemos ver, na prática, como a disputa pela atenção do consumidor influencia o ambiente concorrencial e derruba preços e tarifas”, afirma Rafaela Nogueira, economista-chefe da Zetta.

    Treze instituições financeiras, que têm dados coletados regularmente pelo Banco Central, foram cobertas pelo estudo: Digio, BEXS, BMG, BTG Pactual, C6 Bank, Cora Sociedade de Crédito Direto, Creditas Sociedade de Crédito Direto, Inter, N26 Sociedade de Crédito Direto, Nu Financeira, Nubank, Original e PAN.

    Juntas, elas atingiram a seguinte participação de mercado no quarto trimestre do ano passado:

    • Ativos totais: 7,9%
    • Depósitos totais: 6,4%
    • Depósitos à vista mais contas de pagamento: 10,3%
    • Depósitos a prazo: 8,3%
    • Crédito total: 3,4%
    • Crédito a pessoa física: 5,0%
    • Crédito consignado: 4,6%
    • Crédito pessoal não consignado: 10,0%
    • Financiamento de veículos: 6,6%
    • Cartão de crédito: 16,8%

    O estudo também buscou quantificar se houve, com a entrada das fintechs no sistema, ganho econômico dos clientes com as tarifas bancárias. A análise fez uma comparação entre as receitas de tarifas bancárias e um cenário “contrafactual” (com uma ausência das fintechs).

    Em um cenário sem as novas empresas de serviços financeiros digitais, os brasileiros teriam pagado R$ 21,6 bilhões em tarifas bancárias apenas no último trimestre de 2022. Com a atuação das fintechs, o valor efetivamente observado foi de R$ 13,7 bilhões. Ou seja, uma economia de quase R$ 8 bilhões em três meses.

    A média de tarifas cobradas por cliente seria de R$ 35,22 no cenário contrafactual e acabou diminuindo para R$ 22,27 com a concorrência das fintechs, segundo o estudo.

    “Os dados do estudo da Fipe concretizam uma percepção que está presente no dia a dia da população, em especial de quem optou, ou está pensando em optar, pelos serviços oferecidos pelos bancos digitais e instituições de pagamentos: a concorrência melhorou a oferta dos serviços e fez caírem os preços”, avalia Rafaela Nogueira, da Zetta.

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